Pantys projeta crescimento de 31% até 2025 e reforça compromisso com a sustentabilidade.

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Fundada em 2017, por Emily Ewell e Maria Eduarda Camargo, a Pantys vem mostrando que é possível combinar sustentabilidade, tecnologia e bem-estar com solidez no mercado. Criar um negócio que tivesse responsabilidade ambiental e social era um desejo de ambas as co-fundadoras, que entenderam que o caminho era realmente esse — ainda que a marca tenha alcançado um tamanho muito maior do que o inicialmente esperado em sua concepção. O meio ambiente agradece e as pessoas também.

Ainda focada no comércio online, a Pantys saiu da pandemia do coronavírus com um crescimento de 200% nas buscas pelos seus produtos. Desde 2022, passou a ir além do comércio de calcinhas menstruais, expandindo para absorventes reutilizáveis, sabão para roupa íntima, pijamas, entre outros. Os novos produtos, inclusive, correspondem a 14% do faturamento da empresa atualmente.

Só em 2024, a marca investiu R$ 1,7 milhão em inovação e desenvolvimento de produtos, e no modelo de negócios business to business (B2B) — com a ampliação dos pontos de revenda. Para este ano, o objetivo é um crescimento de 27%. A ambição vai de encontro ao futuro promissor do mercado de calcinhas menstruais. De acordo com dados do Future Market Insights, o mercado global de calcinhas absorventes deve saltar de US$ 180,4 milhões para US$ 859 milhões em 2035.

Mesmo com o êxito no e-commerce, a dupla deu seus primeiros passos para ter suas unidades físicas. Como parte da estratégia, a Pantys apostou em um espaço que chamasse a atenção, instagramável, e que fosse centrada na experiência do cliente. Além disso, começou a vender seus produtos em supermercados, lojas de bem-estar e farmácias.

Em amadurecimento

Para Camargo, a marca está entrando no período de amadurecimento. Ela destaca que um dos principais processos dessa mudança foi a adaptação nos canais de venda, do online para o físico. “A gente quis fugir dos varejos tradicionais, para ser algo que realmente entregasse uma experiência a mais, não só em termos de compra, mas de troca e de crescimento da comunidade”, afirma. Além disso, a marca também apostou em collabs e na revenda em diferentes tipos de comércio, de farmácias a lojas de departamento.

Junto com novas estratégias, vieram novos produtos tecnológicos, como sutiã para amamentação, com capacidade de absorção, coletores menstruais, absorventes reutilizáveis, sabão de fórmula própria e pijamas, além de uma cueca para incontinência urinária.

As calcinhas menstruais também evoluíram e contam com uma linha para a praia. “Para nós, é fundamental combinar tecnologia têxtil e inovação com o bem-estar não só das pessoas, mas do planeta”, destaca Camargo.

O meio ambiente agradece

A sustentabilidade sempre esteve no core do negócio. Segundo a executiva, um produto da Pantys dura, em média, quatro anos. A preocupação com o meio ambiente é baseada em diversas pesquisas, não só de mercado, mas da população brasileira. “Quando fizemos um levantamento do mercado, vimos que o principal ponto de insatisfação das consumidoras era o montante de lixo gerado pelos absorventes descartáveis”, relembra a cofundadora.

Além disso, um estudo feito pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), em 2023, aponta que, anualmente, 15 bilhões de absorventes são descartados em lixões brasileiros. “Fica claro que a saúde das pessoas e a do planeta estão interligados, por isso, precisamos consumir de forma mais consciente, e a Pantys se encaixa perfeitamente nisso”, diz Camargo.

Dados divulgados no relatório de sustentabilidade da marca mostram que, no último ano, sua linha de calcinhas menstruais evitou o descarte de cerca de 2 bilhões de absorventes, compensando mais de 3 mil toneladas de CO2. Outro ponto de atenção são as sobras de tecido na produção, além da logística reversa. Tudo é recolhido e levado para uma empresa terceirizada, onde o processo de combustão o transforma em energia renovável. E a Pantys não quer parar por aí.

“Não é algo que você fala ‘sou super sustentável e não preciso fazer mais nada’, é um trabalho contínuo, que pode ser aprimorado ano a ano”, enfatiza a cofundadora. A ideia, segundo ela, é que os projetos sejam “palpáveis”, a ponto do consumidor notar o tamanho do impacto.

E as pessoas também

A parte social também é destaque dentro da estratégia ESG. Uma das frentes de atuação é em relação à dignidade menstrual, já que muitas meninas e mulheres não têm acesso aos produtos adequados, à informação e ao saneamento básico. Atualmente, a Pantys faz doações mensais de kit de calcinhas menstruais para pessoas em vulnerabilidade social. O repasse é feito por ONGs cadastradas na empresa e a estimativa é que ao menos 11,5 mil meninas tenham sido atingidas pela iniciativa.

O céu é o limite?

Com a marca mais consolidada, a cofundadora afirma que novas metas já estão no radar. Uma delas é diminuir cada vez mais a pegada de carbono. Anualmente, a empresa faz o balanço de quanto de CO2 foi emitido e estabelece novas metas, mas isso não se refere apenas a questões logísticas. O sabão da marca, por exemplo, tem uma menor emissão de gás carbônico se comparado ao comum.

A Pantys também deseja aumentar o número de pontos de logística reversa. Camargo diz que os principais desafios são a disponibilidade de pontos e a educação dos consumidores. “Precisamos pensar em como disseminar melhor essa ideia, para que mais pessoas participem da iniciativa. Se a gente não tem a comunidade respondendo às nossas ações, não chegamos a lugar algum”, explica.

Em termos financeiros, o ano vem se mostrando positivo. Se no início de 2025, a meta para o faturamento era um avanço de 26%, em junho, a aposta subiu, indo a 31%. O que não quer dizer que existam outros pontos a melhorar. Para a cofundadora, há uma questão: “as compras são boas, mas muito espaçadas”. Algo que a empresa quer mudar, aumentando a recorrência

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